segunda-feira, abril 28, 2008

No regresso do Gerês

Há 12 anos atrás - apesar do cliché, parece mesmo que foi ontem - foi feita uma curta viagem ao Gerês mas que, apesar dos poucos dias, deixou histórias e memórias que ainda hoje se recorda. A primeira visita a esta região (para mim, a primeira de muitas passagens), as primeiras caminhadas, as primeiras bebedeiras, os primeiros amores e desamores.
Nos últimos dias, foi um grupo, infelizmente mais pequeno, já que faltavam algumas pessoas presentes na primeira viagem que repetiu alguns desses passeios. Sem qualquer onda nostálgica ou pelo menos, sem o sentido negativo que possa ter, voltámos a atravessar a fenda da Calcedónia e subir à Pedra Bela mas também descobrir alguns caminhos novos pela mata de Albergaria e as cascatas do rio Arado perto de Fafião. E não me consigo lembrar de melhor companhia para o fazer.
Ainda vinha a pensar num texto mais elaborado para aqui mas é mesmo deixar as fotografias dizerem de sua justiça:

quinta-feira, abril 24, 2008

Hasta la vista!

Hoje rumo ao Gerês. Regresso na próxima semana para me despedir antes de ir para Mértola.

Foto antiga, perto da cascata do Arado, tirada na primeira de muitas visitas a esta região.

segunda-feira, abril 21, 2008

Fica para a posteridade

O dia 20 de Abril vai ser um marco histórico. Só o facto de brindarmos com aguardente de poejos é um bom presságio!

Contra todas as previsões...

... Este fim de semana que agora terminou acabou por ser muito interessante. Apesar da ausência a uma cerimónia de entrega de um postal na sexta, uma saída de campo adiada pelo mau tempo e um jantar de inauguração da Pikasa ambos no Sábado, foi possível dar a volta às coisas. Como?
No Sábado à noite com 2 kg de arroz de marisco e bolos de chocolate com chantilly, hamsters fumadores, revistas de pesca, novas maneiras de usar phones e de ler o jornal, Borba branco, Padre Pedro tinto de 2002 e o regresso das mines, fondue ao almoço e leite creme para sobremesa. Tudo na companhia das gentes ribatejanas de Benavente. Domingo à tarde, sessão de desenhos chez Joana na companhia de alguns morcegos e lanche com uma vista soberba para o rio Tejo.
E agora é altura de começar a pensar no regresso ao Gerês já no próximo fim de semana.

segunda-feira, abril 14, 2008

Definição de catástrofe


Uma catástrofe não é o aquecimento global, nem este nosso governo Sócrates, nem a subida do preço dos combustíveis, nem a presidência Bush na guerra contra o terrorismo, nem a série de barragens que se vão construir, nem o abate da floresta da Amazónia, nem as desigualdades sociais que grassam por esse mundo fora...
Uma catástrofe é TER PERDIDO A P**A DA TESE NUM ERRO QUALQUER DE GRAVAÇÃO NO DISCO EXTERNO!
(in)felizmente, ainda não tinha escrito assim tanto mas tive de refazer/rescrever tooooda a parte de estatística já feita. Mesmo assim, evitem falar comigo; os instintos homicidas estão ao rubro.

Arte Moderna (ou WTF??)

Ontem, a propósito de uma sessão fotográfica na Gulbenkian (história comprida...), fui a modos que compelido (leia-se arrastado) a ir ver uma exposição temporária no Centro de Arte Moderna da dita fundação. Felizmente, a entrada era gratuita e a coisa resumia-se a uma única sala o que fez com que as obras de arte fossem vistas em cerca de 12 segundos.
Depois de ver coisas maravilhosas como um cabo de uma espingarda pendurado do teto, uma fita métrica que ia do chão ao teto e outras coisas que tais que nem percebi o que eram, pensei para comigo "WTF?!". Ah! É verdade, deve ser arte conceptual. Só seres de uma sensibilidade artística extrema é que devem conseguir perceber a profundidade da mensagem que estava a tentar ser transmitida.
Chamem-me calhau mas tirei duas conclusões, obras de arte destas também eu consigo fazer (a fórmula é simples, junta-se uma data de lixarada e diz-se que é conceptual) e os jardins com patos e pardais e carpas conseguem ser infinitas vezes mais uma interessantes que palermices destas.
Felizmente, ainda houve direito a macacadas, desde o Xico a querer mexer numa geringonça da exposição na tentativa de perceber o que era, a sessão de circo no átrio, com pessoal a deitar água do mar pelo nariz e um míssil-criancinha que deu uma cabeçada no muro que se deve ter ouvido a 3 kms. Ouch!

sábado, abril 12, 2008

Mais um dia, mais um cromo

Depois de resolvido o mistério do Acrocephalus scirpaceus com um gosto especial por joalharia, de descobrir que o meu nome consta de uma lista negra, de uma semi-cegonha-negra sobrevoar-nos e de uma Cettia cetti com madeixas, a Lagoa de Albufeira forneceu mais um cromo novo, um Actitis hypoleucos, que levou umas alicatadas na pata.
Os loucos de serviço presentes foram a Pintinhas, o Sócio e aqui o je. Uns e outros, mais ajuizados, ou ficaram a dormir, ou rebentou-lhes o apêndice ou embarcaram num cruzeiro de 20 dias de vomitado.

Tcharam! Actitis hypoleucos

(não digam a ninguém mas o Sócio colou com cuspo uma pena que apanhou do chão na asa desta Cettia)

segunda-feira, abril 07, 2008

Pelas margens do rio Nabão

Ontem foi um grupo de 4 ilustradores que rumou à região de Ourém para um passeio organizado por uma conhecida ONG. Foi com um suspiro de alívio que percebemos que a alarvidade de quilómetros do passeio ia ser parcialmente feita de carro.
Tenho de confessar que estava um pouco de pé atrás com o programa, devido a anteriores encontros imediatos do 3º grau com integrantes dessa ONG, mas provavelmente isso seria de estar com os sonos trocados - tínhamos que estar em Ourém às 9hoo portanto façam as contas às horas que acordamos... No entanto, só tenho a dizer bem. A zona tem um património natural riquíssimo, que desconhecia por completo. Tanto, que quase não desenhámos. Fomos extremamente bem recebidos - inicialmente com os olhos arregalados, tipo "estes loucos vêm de Lisboa??" e tivémos uma impressionante introdução à botânica.
É curioso como, graças sobretudo à ilustração, tenho vindo a reparar em muitos mais aspectos da ciência; o que dantes era um campo com árvores ou couves, começa a tomar uma maior complexidade. E continuo a surpreender-me com o mundo e a gostar de aprender coisas novas. Especialmente quando tivémos um orador tão entusiasta. Foi uma overdose de informação sobre os vegetais. Se bem que continuamos a olhar as orquídeas com outros olhos...
A repetir.
(eu só dispensava mesmo o activismo político bloquista...)

sábado, abril 05, 2008

Noitada

A cena de regressar a casa num Sábado às 7 da manhã, com os olhos empapuçados e ramelosos de estar acordado há várias horas, passar pelos cafés a abrir enquanto se luta para vencer o sono e não adormecer ao volante, só desejando estar rapidamente deitado na cama parece familiar não? Nem por isso. A não ser que se pertença ao pequeno grupo de loucos que se reuniu ontem no Samouco para uma sessão nocturna de anilhagem. Louco mas não tanto, pelo menos não me meto nestas andanças com uma apendicite em risco de estoirar, como alguns.
Lembram-se dos "Pássaros"? Ontem lembrei-me do filme, só que em vez de os bichos invadirem a casa em bandos esvoaçantes, chegavam em sacos e caixas. Por vária vezes pedi, implorei até, para o Dr. Salinas fechar as redes, já tinhas as mãos a escorrer sangue de tanto dar ao alicate, mas não, com um ar alucinado só dizia "hoje chegamos às 100!". Ainda houve quem caísse às salinas. Os mosquitos nucleares continuaram os seus ataques. O costume.
A grande novidade da noite foi mesmo a caderneta de cromos internacional que estava presente. "And you can collect blood from here" diziam eles. "I prefer the jugular" retorquia eu. Dejá vu desta conversa? "And you can sex birds from a blood sample!!" anunciavam eles. "Oh really???!!!" pensava eu para mim, cinicamente. Agora percebo para que serviam as estacas de madeira. Qual fixar nassas, qual carapuça! Era mesmo para espetar no coração dos vampiros. Ou se calhar era mesmo de mim, que estava rabugento com o sono e tinha estado a ver, horas antes, canários com as tripas a saírem pelas costas (not!).
Mas foi foleiro à ganância darem de fuga cedinho, deixando eu e a Pintinhas sozinhos com umas dezenas de bichos à espera. Hiperactivos, o c***lho! Pelo menos, ficámos especialistas em limícolas e anilhei, pela primeira vez, um destes:

Pluvialis squatarola, a Ave que se alimenta pelos olhos.


Mas pronto, já recuperei umas horas de sono, já fui endoscopiar durante a tarde e já estou em plena posse das minhas capacidades (ou não).

quinta-feira, abril 03, 2008

1001 noites

Continuando a sua viagem pelo mundo sentados à mesa, os Morcegos foram ontem jantar a um restaurante de inspiração marroquina conhecido pelo "Pedro das Arábias", na Rua da Atalaia. Como da fama de comilão já não me livro, cá vai a crónica gastronómica da noite:
O sítio é simpático, as entradas diferentes: azeitonas atómicas com picante nuclear, pratinhos de lentilhas, pimentos e cenoura com muitas especiarias à mistura. O melhor foi mesmo a beringela com iogurte. Os pratos, todos com nomes que já não me lembro de tão arábicos que eram, variavam entre a galinha e o borrego e acompanhados de cuscus. A comida era simples, boa mas soube-me pouco exótico. Nem mesmo o cuscus-super-afrodisíaco, que não fez efeito nenhum. Como se come bem, bebe-se melhor e, depois de esgotar o stock de Esporão reserva, passou-se para Monte velho - e claro está, não há nada a dizer sobre estes dois vinhos.
A sobremesa é que foi o estouro, tal era a bomba calórica de leite condensado, ovos, moscatel e frutos secos. Nos entretantos ainda se comeu uns besouros e umas joaninhas.
O prato principal foi mesmo o convívio e a galhofa, que valeram por 1001 noites de folia e que, certamente fariam corar qualquer Sherazade; desde o festival de gargalhadas, a combinação de saídas de campo à Comporta, Mértola, ao Fluviário, ao Pico e à Amazónia, o destruir da inocência de um livro infantil e os projectos do erotismo na Natureza, só contribuíram para elevar ainda mais a fasquia que já tinha sido colocada lá bem no alto depois do jantar no mexicano. Pelo menos, não havia toalhas de papel.
Só um senão: com tanta paródia, hoje deixei-me dormir e atrasei-me para uma tripla-intervenção-cirúrgica (mas desta vez correu tudo às 1000 maravilhas)

terça-feira, abril 01, 2008

Update

O fim de semana passado deixou-me KO com tanta actividade e tão pouca hora de sono. Aqui fica para a posteridade as apreciações gerais:
Sexta: jantar no "Paladares" com a malta do secundário para celebrar mais um trintão. Restaurante a atirar para o pretensiosozito, com pratos gigantes e comida excessivamente fashion e cheia de tiques. Os sabores irrepreensíveis mas irrita-me profundamente este tipo de cozinha (ou será que estou a fidelizar-me na tasca ou restaurante típico?) e, embora sabendo que os olhos também comem, os géneros e os sabores deviam valer por si mesmos. Para mais, podíamos ter ido jantar bifanas ou ido comer castanhas ali à esquina, que a animação tinha sido a mesma pois o fundamental são as pessoas. Ah, e o serviço é leeeeeeennnnntttttoooooo!
Sábado: intenso dia de desenho com os morcegos (agora auto-intitulados de 7 magníficos) mas sem o seu mestre. Manhã na Peninha, com o nevoeiro a toldar a paisagem mas com a descoberta das Asphodelus a desabrochar no campo. Almoço na Estalagem de Colares à lareira a comer panados de linguado e - pecado metabólico! um copo de vinho tinto do Douro, Duas Quintas, muito bom, especialmente depois de respirar uns minutos no copo. Fim de tarde na Adraga, a fazer mais desenhos e a desejar ardentemente que a plateia de dúzias de criancinhas irritantes fosse levada pelo mar revolto. O dia só acabou mesmo no bar do Moinho, já perto de Cascais.
Domingo: inauguração da EEC da Lagoa, temporada de 2008 e minha estreia com um Rallus aquaticus. Matar saudades de anilhar à chuva e espantar cavalos e ciclistas do local - acho que se devia apostar nas tábuas com pregos - e almoçar no Mequinhus. A tarde passou-se a por o sono em dia.
Uf!