segunda-feira, setembro 10, 2007

Gerês Parte I - A Viagem

Eis-me regressado de mais uma curta semana e um dia (benditos dias de "mestrado") de férias, passados, como já vem sendo habitual de há uns 5 anos para cá, nas altas terras do Barroso entre Pitões das Júnias e Tourém. Apesar dos dias de férias pedidos ao patronato, grande parte do tempo foi empregue a trabalhar, quer a dar ao alicate, quer a sugar preciosas amostras de sangue para a minha tese megalómana, segundo alguns.
Devido à semana anterior, perfeitamente caótica em termos de trabalho, embora com alguns picos de actividade social (as festas do 2B), não me foi possível informar alguns de vós de que iria estar fora entre paisagens bucólicas e o trinar dos passarinhos, enquanto alguns desgraçados ficavam por cá, verdes de inveja e a trabalhar. Bwah-ah-ah! Mas como tudo o que é bom acaba depressa, cá estou eu a mentalizar-me de que vou regressar ao meu local de labuta amanhã... Nãooooo!!!
Quanto à viagem em si, confesso que foi difícil fazer as malas às 2h da manhã para um casamento em Castelo Branco, um fim de semana com amigos em Figueira e uma semana de anilhagem no Gerês. Como é habitual, ficaram algumas coisas em casa que me fizeram falta e levei um exagero de roupa, da qual metade voltou mais ou menos intacta. Desta vez não me esqueci da pasta de dentes ou dos sapatos, foi mesmo de material de trabalho e como é difícil recolher amostras de sangue sem agulhas e seringa, lá me desenrasquei e repus o stock na farmácia de Montalegre, onde os diabéticos locais devem ter passado um pouco mal sem as suas injecções diárias de insulina e a farmacêutica me olhou com um ligeiro ar de desconfiança, certamente pensando que ia inaugurar uma casa de chuto ao levar tanta seringa.
Portanto, Lisboa - Castelo Branco - Figueira - Fróia - Manteigas - Pitões das Júnias/Tourém. Um dos maiores prazeres em viajar, mesmo por terras nacionais, é a viagem em si, a antecipação de chegar e imaginar que paisagem vai aparecer depois daquela curva. Quando se viaja sozinho, coisa que tenho vindo a fazer de há uns anos para cá, tanto melhor, pois há tempo de arrumar ideias e fazer uma segunda viagem paralela, mais introspectiva (e sem necessidade de queques de chocolate).
O casamento foi agradável, deu para rever pessoas que já não via há anos e constatar que estamos mais velhos, mais gordos, alguns com menos cabelo, uns casados e com filhos e outros já divorciados. também foi interessante estar sóbrio num casamento (ainda ia para a Figueira nessa noite) e divertir-me com as lindas figuras de alguns dos convivas.
O dia e meio passados na Figueira e na praia fluvial da Fróia souberam muito bem, boa companhia, consegui desforrar-me das horas de abstémia do casório e a confirmação de que começo a gostar mais de praias fluviais que marinhas.
A passagem pela Serra da Estrela foi rápida, só passar por alguns locais onde já não ia há alguns anos e tirar algumas fotografias. Lamentavelmente, não consegui fotografar os Iberolacerta monticola, embora tenha visto uns Timon lepidus de proporções komodianas. É claro que, graças ao Sr. Murphy, não tinha a câmara comigo e portanto não os pude fotografar.
Finalmente, o destino último que era o Gerês, a oportunidade de passar uns belos dias a fazer coisas que gosto, desenhar, anilhar, farolar, apanhar rãs e peixes (porque os coelhos e mochos-galegos ficam só para alguns) como se fosse novamente puto, rever amigos e conhecer mais pessoal porreiro. Finalmente, o Centro e Sul do país começa a ter alguma representação nestas semanas. Mais, só para Junho de 2008. Ficamos à espera.

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