quarta-feira, julho 04, 2007

Super Rock!

Ontem consegui escapulir-me do local de trabalho 1 hora mais cedo (o que não foi assim tão cedo) e rumar ao parque Tejo para uma noite que viria a ser memorável em termos musicais. Após deixar o carro estacionado para lá do sol posto, entrar no recinto pela via verde e finalmente encontrar a dra. Pink e a amiga (ainda não deu para inventar um nome fictício), comecei a contagem decrescente para o grande concerto. Entretanto, fica aqui a apreciação musical (e não só) do evento:
Klaxons
Estavam a tocar quando entrei no recinto e não prestei atenção nenhuma à música, embora tenha reconhecido uma canção. Foi por esta altura que decidimos ir buscar uma pizza para a janta e que a dra. Pink ia dando um valente encontrão no Miguel Ângelo, o que não seria necessariamente mau, especialmente se isso impedisse os Delfins de fazer mais discos.
The Magic Numbers
Durante o jantar de pizza, foi necessário por diversas vezes, parar de enfardar e ficar a ouvir o que se passava. Este concerto foi uma agradável surpresa e a banda londrina de 2 pares de irmãos merece uma investigação profunda. Altamente recomendável. Por esta altura encontrei, ou mais exactamente fui encontrado, por mais amigos e fui severamente censurado por alguém presente por encontrar gente conhecida em toda a parte.
Bloc Party
"Bloc party não é com k?" perguntava insistentemente um festivaleiro, ébrio e queimado, ao nosso lado. Durante a actuação da banda conseguimo-nos separar todos uns dos outros e ficámos reduzidos a um trio. A ver pelas reacções de algum pessoal, que parecia possuído por espíritos malignos, foi um grande concerto, mas eu achei as músicas todas parecidas e não puxou muito por mim. No fim da actuação, a dra. Pink teve a brilhante ideia de ir comprar pin's, ficando nós a acreditar que a íamos perder para sempre no meio dos magotes de gente, e perdeu o momento surreal da noite, sob a forma de um "triálogo", que passo a descrever:
gaja nortenha: Olha, és capaz de segurar no copo enquanto tiro os cigarros da mala?
eu: Humm... está bem (enquanto pensava se lhe bebia a imperial ou cuspia uma escarreta para dentro do copo).
gaja nortenha (sacando o telemóvel da mala): Onde estás carago?... f***-se, à frente... à frente está toda a gente carago... and so on and so on, fazendo desfilar um chorrilho de palavrões.
amiga: Então e os cigarros?
eu e amiga: gargalhadas incoercíveis.
gaja nortenha (desligando o telemóvel): Homens...
eu: Por acaso foi um homem que te segurou no copo, sem sequer cuspir lá para dentro, mas está bem...
gaja nortenha: Eu sei, obrigada. (virando-se para a amiga): mas nunca deixes de acreditar!
Entretanto, chega a dra. Pink, toda contente por ter comprado 3 pin's da Mafalda (?!), mas sem perceber do que nos estávamos a rir, explicando que nos tinha encontrado no meio da multidão por ter seguido qualquer pista no chão. Fizemos que sim e furámos um bocado mais para a frente até ficarmos num bom sítio.
Arcade Fire
Decididamente, O concerto da minha vida até ao momento, destronando momentos míticos como a versão de "Where is my mind?" tocada pelos Placebo há uns anos no coliseu ou o derradeiro concerto de Smashing Pumpkins no Restelo. Nem a chuva, que teimava em ir caindo, nem um copo de imperial a voar e a respingar cerveja por todos os lados, conseguiram macular esta prestação da banda canadiana. As músicas criteriosamente escolhidas (só faltou mesmo "Crown of Love"), soberbamente interpretadas por uma quase orquestra, todos os aspectos cénicos, a multidão a entoar em coro referões ou a acompanhar o solo de violino de "Rebellion", os pormenores do tambor a voar pelo palco ou das 2 tubas a tocar de frente uma para a outra e tudo mais fizeram deste o melhor momento musical ao vivo que já presenciei.
Hoje, estou cansado, rouco, com sono mas a trautear todas as músicas da véspera.

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