segunda-feira, março 26, 2007

Futebol, alicates e lenços de papel

Perguntarão vocês, e com razão enquanto pensam que finalmente perdi o restinho de juízo, o que é que estas coisas têm a ver? Tudo!!! Retorquirei eu enquanto deixo fluir das minhas fossas nasais mais uns litros de muco amarelo-esverdeado. Pronto, a parte dos lenços de papel, com diferentes matizes de cor, desde o branco espumoso até ao verde-musgo e que vou deixando por onde passo, já perceberam. Quanto ao resto, trata-se de uma sequência de eventos, quase todos felizes, mas que me deixaram neste mísero estado.

Ora tudo começa no Sábado quando fui ver o Portugal-Bélgica a Alvalade. Umas horas antes do jogo, já sentindo uma ligeira comichão na garganta, vai de tomar um Nimed e um anti-histamínico, não vá o diabo tecê-las (obviamente, o diabo teceu um enxoval inteiro, como vão ver mais à frente). Eu até juro que ia bem agasalhado, mas não deve haver faringe que resista a mais de 90 minutos de gritaria e saltos no meio de 47 000 pessoas e sabe-se lá quantas variedades de vírus da constipação. Se calhar foi castigo por ter chamado tantos nomes ao gaurda-redes belga...

Se calhar também não foi muito boa ideia, depois do jogo, ir beber jolas para uma esplanada... e começar a sentir que anti-histamínicos + alcool = wee!!

Mas o que deve ter sido mesmo genial, mas assim mesmo uma excelente ideia, foi no dia seguinte, acordar às 6h00 para ir para a serra de Sintra, mais exactamente para a Peninha, dar ao alicate.

Relembro que nessa noite a hora mudou e que efectivamente devo ter dormido umas 4 horas. O resto da manhã foi assim a modos que passada num limbo, entre a moca dos medicamentos e os efeitos da constipação, o que foi uma pena pois até se observou, fotografou e anilhou espécimes engraçados. Diz até que recolhi amostras para o mestrado e que foi a sessão inaugural daquela estação de anilhagem, cheia de ilustres convidados!

Lá para o fim da manhã, surgiu a cereja em cima do bolo, ou mais exactamente a chuva e nevoeiro em cima da serra, o que só ajuda a curar as maleitas.

Almoço em Tercena, na Franguia. Neste momento, sinto um castigo atroz, pois a comida sabe-me toda ao mesmo graças às minhas células olfactivas destruídas pelos vírus. É com gordas lágrimas a escorrer-me pela cara que como nacos de polvo à lagareiro, só me apercebendo do sabor pela cara de satisfação dos restantes convivas.

O resto do Domingo resumiu-se a: dormir, acordar para jantar e dormir. Se não fosse a máquina fotográfica a lembrar-me tinha achado que tinha passado o dia em coma:


Emberiza cirlus

Sylvia melanocephala




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