domingo, dezembro 24, 2006

E ainda... o Natal!

No seguimento do post anterior, em que divaguei sobre a incoerência e dicotomia desta época festiva, pude comprovar na prática, ao vivo e a cores, as minhas teorias. Ora vejam:

Noite de 6ª feira: jantar de Natal (o último de uma longa semana gastronómica e de excessos) com o grupo de amigos de mais longa data (os da rua, como já fomos apelidados por uma, que não compareceu à chamada) . Algumas pessoas já não via há muito tempo, outras tive pena de não rever, mas fica sempre a sensação destas reuniões que tinhamos estado todos juntos ainda na véspera. A conversa seguiu ligeira, com gargalhadas e recordar de histórias que atestam anos e anos de amizade e cumplicidade. Se bem que estes jantares podem ser combinados em qualquer altura do ano, os marcados nos dias 20 e tal de Dezembro sabem sempre diferente. Será do frio que faz lá fora e do calor que faz dentro do restaurante?

Noite de sábado: o terror! Sem saber muito bem como, estava eu a chegar ao café, quando fui subitamente surpreendido por um grupo de meliantes que se diziam meus amigos e arrastado para esse antro de degredo que é o Colombo!! Tremam, almas incautas e abandonem toda a esperança quando cruzarem estas portas num sábado à noite e ante-véspera de Natal! Apesar de já ter comprado as prendas todas, acabei por seguir (às vezes sou mesmo parvo, mas a alternativa era voltas sozinho para o café) e mesclar-me em magotes de gente, sacos e embrulhos, beber um café ao balcão, ir a lojas e ouvir tratar as meninas pelo nome (havia uma em que tinham todos o mesmo nome) e substitui mau-maus por bom-bons. Claro que tive de marcar a minha posição com um resmunganço constante, até porque tinha uma sugestão para todas as prendas muito mais simples e simpática (mas isso é outra história). Finalmente, consegui escapar e juntei-me a outros fugitivos que também estavam de saída. Só mais tarde é que o grupo ficou completo quando alguns consumistas finalmente regressaram, mas sem terem comprado tudo! Tenho muita pena, mas a amizade tem limites e a nossa fica algures no dia 24 de Dezembro no Colombo. Por isso, já não me apanham de surpresa!.
"Também queremos comprar prendas" gritava a multidão, abafando os meus gritos de desespero, lá no meio.

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